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 Pessoas e Amizades de Macau PDF Imprimir



2013 -07 -22 [Voltar]
Unidos pela mesma paixão de dançar e manter viva a herança cultural





A Dança do Leão e as Danças Folclóricas Portuguesas podem ser vistas nas festividades de Macau e locais de promoção turística, tendo-se tornado numa característica desta cidade de intercruzamento de culturas oriental e ocidental. Numa altura em que as tecnologias e a invasão cultural dominam, há grupos de jovens em Macau que dedicam o seu tempo e esforço a estas duas artes, ajudando a manter vivas as suas tradições e costumes culturais únicos. Também eles são embaixadores do turismo de Macau, e divulgam as características culturais locais.

Chan Chi Hou apaixonou-se pela Dança do Leão enquanto praticante de Wushu, arte que iniciou aos 5, 6 anos por influência dos pais, ambos praticantes. Já lá vão 12 anos de prática dura, intensa, e até arriscada. Como a Dança do Leão exige estar continuamente a saltar em estacas altas com uma base para pousar o pé com um diâmetro com menos de 40 centímetros, é inevitável magoarem-se e ficarem com marcas. Motivo que, segundo aponta, afasta potenciais candidatos a seguir a tradição. Os mais novos de agora e as famílias não apostam na prática, porque sabem que os praticantes se podem ferir com facilidade, por isso mesmo que haja grande entusiasmo é fácil desistirem. Isto aliado ao estigma que ainda existe de que praticar Dança do Leão é para membros das seitas.

Para poder praticar e dominar a técnica da Dança do Leão, Chan Chi Hou sacrifica o tempo de descanso e lazer em função das oportunidades de treino e actuação. Prossegue há anos com o treino de saltos nas estacas, para dominar os movimentos com maior grau de dificuldade, ao nível da técnica, mas também da perseverança e confiança. Os anos de prática têm sido também uma escola para aprender a respeitar os outros, a ter calma, ser paciente e ter maior sentido de responsabilidade. Para além de competições fora, o grupo representa com frequência Macau em exibições no estrangeiro, o que Chan Chi Hou diz permitir ao mesmo tempo gerar interesse por Macau e por esta arte tradicional chinesa.

Outra arte tradicional representativa do intercâmbio de culturas chinesa e ocidental que caracteriza Macau, são as Danças Folclóricas Portuguesas. Veronica Braga começou a praticar em 2006, depois de ter sido contagiada com a alegria e espírito de família dos membros das danças numa actuação a que assistiu nas Casas-Museu da Taipa. Na altura decidiu que queria entrar, e desde então nutre uma paixão especial pelas Danças Folclóricas. Agora, já estudante universitária, é também instrutora de danças. Desde há oito anos que o seu tempo é dominado pelos estudos, mas a prioridade dos tempos livres vai para as Danças Folclóricas. O seu desejo é partilhar esta demonstração cultural especial com os residentes de Macau e visitantes.

André Basto Xavier Dong, 13 anos, é o membro mais novo do rancho. Começou a praticar as danças no ano passo e ficou deslumbrado. No início sentia-se preso e desajeitado, mas depois de dominar os passos e estar mais rodado, sentiu em pleno a alegria das Danças Folclóricas. Inclusive, André diz que a prática o fez amadurecer, ensinou-o a ser mais paciente, a aprender a gerir melhor o tempo, a equilibrar os estudos com as Danças Folclóricas.

Outro membro do grupo, Pedro Miguel Manhão Sou, começou a ter contacto com Danças Folclóricas aos 11 anos, ainda mais cedo do que a mãe, presidente da Associação de Danças e Cantares Portuguesa "Macau no Coração". Pedro confessa que só muito tempo depois dos primeiros contactos é que as danças o cativaram. O que o conquistou nas Danças Folclóricas foi a grande proximidade, o bom relacionamento e espírito de grupo entre os membros, fruto da grande cumplicidade que as danças exigem, onde não existe separação por idade ou sexo, e onde toda a gente é igual.



Outros testemunhos:
ICM IAS DSEJ SSM ID