
Irmãos Che e amigos de guerra no Circuito da Guia | 
Irmãos Che Tai Koc (à direita) e Che Tai Man há três décadas no GPM |
O Grande Prémio de Macau, que teve a primeira edição em 1954, assinala este ano a significativa marca de 60 anos. Todos os anos, para além de trazer pilotos de todo mundo, turistas de diferentes países e territórios vêm também assistir às corridas, atraídos pelo seu ambiente vibrante e festivo. Nos bastidores das corridas, um grupo de trabalhadores labora arduamente, prescindindo voluntariamente de horas de descanso e tempo para si, para se poderem dedicar em pleno às corridas. O seu único desejo é poder dar o seu contributo para que dentro e fora do circuito o espectáculo seja perfeito.
Paixão de 30 anos
O 60º Grande Prémio de Macau (GPM) conta entre os colaboradores dois irmãos, Che Tai Koc e Che Tai Man, que há muito se tornaram trabalhadores modelo do evento. Desde a 30ª edição que trabalham no GPM. Na altura, ainda antes de completarem 20 anos, começaram porque gostavam das corridas e podiam ganhar algum dinheiro extra. Entretanto os anos passaram e a paixão não esmoreceu. Após muitos anos de experiência, estão hoje entre os responsáveis pelas várias plataformas de apoio distribuídas ao logo do Circuito da Guia.
Segundo os irmãos, devoção total pelo GPM, é requisito fundamental para poder fazer assistência na pista. Quando começaram a participar na organização do evento, foram-lhes dadas as tarefas mais básicas, como verificar os bilhetes do público na Curva do Reservatório, até ao terceiro ano, altura em que foram colocados no apoio ao circuito. Desde então, num abrir e fechar de olhos, passaram-se 30 anos, repletos de experiências marcantes, não só pelos desafios que ombrearam, mas também pelos laços de amizade criados.
Prova de fogo nas corridas
Todos os anos a Comissão do GPM eleva as exigências para garantir a segurança nas corridas, mas Che Tai Man recorda que teve os seus momentos de susto, e lembra um episódio, em que estava na estação da Curva do Mandarin - uma das mais exigentes do circuito. Che estava encostado às barreiras de protecção e notou que um carro vinha com uma velocidade e direcção que não pareciam certos, acabando o carro por perder mesmo o controlo e ir embater contra as barreiras, voando do chão. Ainda hoje sente calafrios, e conta: "na altura, quando o carro voou, e me passou em frente aos olhos, por sorte tive uma reacção rápida, e baixei-me logo, e só sofri um ferimento ligeiro na cabeça, quando a roda passou." Depois de ter recebido assistência médica no hospital, Che regressou ao seu posto de trabalho nas corridas.
Treino, disciplina e trabalho
Com os olhos postos na 60ª edição do GPM, eles salientam a admiração que têm pelo interesse pelas corridas demonstrado pelos novos jovens trabalhadores que entraram este ano. Nas sessões de formação é-lhes incutido o espírito de equipa, disciplina e capacidade para aguentar firme as provações. Sendo o GPM já um evento de marca de Macau, consideram que é importante que mais gente participe e acumule experiência em várias edições, e haja mais voluntários locais a querer ser chefe de estação, para que as corridas se tornem num evento organizado por gentes de Macau, impulsionador da economia, e que ajude a elevar o prestígio de Macau a nível internacional.
Corridas orgulho dos residentes
O grande desejo dos dois irmãos, naturais de Macau, é que o GPM receba cada vez mais apoio e carinho dos residentes, e que o evento prossiga. Apesar de desempenharem um pequeno papel no evento, dão o seu melhor para que este grande evento de desportos motorizados de Macau, que pertence a todos os residentes, seja um sucesso. Querem que os residentes sintam orgulhoso do evento, que este impressione os visitantes, e quando no futuro falarem de Macau, se lembrem do espectacular evento, o GPM, organizado na cidade todos dos anos. Alcançado isto, os dois irmãos e restantes trabalhadores das corridas, dizem que já têm o seu maior incentivo. |