Home | | Opiniões ou Questões | Contacte-nos | Intranet | Email Login
Font size A | A | A

 Pessoas e Amizades de Macau PDF Imprimir



2012 -04 -16 [Voltar]
Pessoas com deficências também podem brilhar

No passado era muito difícil para as pessoas portadoras de deficiências físicas arranjar emprego em Macau, mas com o desenvolvimento da indústria turística já há hotéis e empresas disponíveis para lhes dar uma oportunidade. Os empregadores descrevem-nos como esforçados e tão capazes como os outros nas tarefas que lhes são incumbidas.

A trabalhar na cantina dos funcionários de um hotel de cinco estrelas de luxo, Cheong Man I, surdo-mudo, é um bom exemplo. Depois de uma experiência a trabalhar na área da construção em Taiwan durante três anos, regressou a Macau em 2004 e só há pouco mais de dois anos atrás é que conseguir arranjar emprego fixo. Estava registado na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, mas por ser surdo-mudo, os empregadores não queriam contratá-lo. Cheong Man I, que também tinha a seu cargo o pai, descreve este período como difícil e depressivo.

Em 2009, Cheong Man I conseguiu finalmente trabalho na lavandaria de um hotel local, mas por não saber ler nem escrever, não podia fazer registos, e após apenas uma semana teve de sair. Em Janeiro do ano seguinte entrou para o hotel onde está agora. Primeiro também foi enviado para a lavandaria, mas pelo mesmo motivo não podia ocupar o lugar e o hotel transferiu-o para ajudar nas tarefas na cantina dos funcionários.

A sua supervisora descreve-o como um funcionário disponível e diligente, basta ver que há algo para fazer, que não é preciso dar-lhe instruções, ele vai e faz por iniciativa própria. Quando é necessário explicar alguma tarefa nova, procuram outro surdo-mudo que saiba ler e escrever para "traduzir". Por outro lado, o hotel solicitou aos seus supervisores que aprendessem o básico da linguagem gestual para integrar os trabalhadores que, como Cheong Man I, não ouvem. Quando há acções de formação internas, o hotel solicita inclusive tradutoras de linguagem gestual a associações locais para os funcionários surdos também poderem participar.

Cheong Man I está muito contente com o actual emprego. Consciente da sua diferença, valoriza muito a oportunidade que lhe foi dada e é muito esforçado a trabalhar, diz, inclusive, a brincar, que por ser surdo-mudo pode-se concentrar melhor nas tarefas em mão. O esforço de Cheong Man I já foi reconhecido pelos colegas, que no ano passado o elegeram para o prémio de melhor trabalhador do hotel no mês de Outubro. 


# # # 


Com apoio, por mais difícil que seja consegue-se fazer

Em regra, as pessoas pensam que uma aluna universitária que engravide durante o curso fica com as perspectivas de carreira profissional estragadas, mas se se esforçar e tiver o apoio da família também pode criar um futuro excelente.

A trabalhar no serviço de "housekeeping" de um hotel de cinco estrelas de Macau, em 2006, quando U Mio I frequentava o terceiro ano do curso de Gestão Hoteleira, a meio ano de obter grau de bacharelato, e ainda a pensar se ia trabalhar ou prosseguir os estudos para completar a licenciatura, descobriu que estava grávida. Após discutir o problema com a família, ficou decidido que iria interromper os estudos para ter o filho, retomando a seguir para completar o meio ano que lhe faltava.

Depois da filha nascer, U Mio I passou por um período extenuante. Além de ter de tomar conta da filha, tinha de estudar e trabalhar. Recordando aquela altura, U Mei I diz que chegou a considerar tanto a hipótese de deixar de trabalhar como de estudar. Mas parar de trabalhar não podia ser, porque só o salário do marido não chegava para sustentar a família. Por outro lado, como era apenas meio ano, tinha prometido à família, e sabia que ia ser difícil competir no mercado de trabalho sem um diploma, por isso, desistir do curso também estava fora de questão. Assim, aguentou firme e decidiu que por mais difícil que fosse ia ter de aguentar.

Durante meio ano, a pressão foi muito grande. Apesar do emprego na altura ser part-time, trabalhava sete horas por dia, e ainda tinha de tomar conta da filha e ir às aulas. Valeu-lhe o apoio das pessoas à sua volta. No trabalho, o seu superior encorajou-a sempre a continuar. Os pais e a irmã ajudavam-na a tomar conta da filha, e nos estudos os colegas também apoiavam. Volvidos cinco anos, U Mio I diz que continua a valer-lhe o precioso apoio da família, uma vez que nem sempre tem tempo para tomar conta da filha por causa do trabalho.



Outros testemunhos:
ICM IAS DSEJ SSM ID